Os Maios (ou Mayos, em Espanha) são bonecos aprontados como gente, representando figuras de pessoas em tamanho natural, vestidos e calçados com a roupa habitual das pessoas representadas, nas suas atitudes habituais (normais ou caricaturadas) que se apresentam isolados ou em conjunto, representando cenas do quotidiano (do passado ou actual).
No primeiro dia de Maio de madrugada, essas figuras (quase sempre realizadas durante a noite de 30 de Abril), são colocadas junto das portas, janelas, varandas, jardins, quintais, ruas, largos, etc..
Junto de cada boneco, ou sobre o próprio, estará (ou não) colocada a fala ou o pensamento do sujeito representado, ou um comentário ou narração da cena referindo o momento daquele instantânio retirado ao teatro de uma vida real.
Estas narrativas, ou mesmo o dizer de cada figura, apresentam-se (quase sempre) na forma de versos, enquadrados em estrofes de formato popular.
Os bonecos, as cenas, os dizeres e as narrativas, por vezes bem revestidas de humor, têm muitas vezes um sentido crítico, sob a forma de sátira, ou sarcasmo, em especial quando há motivo para isso na comunidade local, regional, nacional ou mesmo internacional, mas a maioria das vezes são apenas uma celebração saudável do quotidiano.
Colocados na madrugada do primeiro dia de Maio, são retirados ao anoitecer. Estão um dia em exposição, é o dia da festa - celebra-se a Primavera - e, nesta festa, estes Maios convivem bem com o maio florido e a sua deusa Maia.
Podemos ver os Maios (mayos) no dia da festa, ou dia de Maio, o dia primeiro de Maio, ao longo da fronteira (Centro-Sul) Portugal e Espanha, em especial em Espanha, na Extremadura, (San Vicente de Alcantara, Santiago de Alcantara, Valencia de Alcantara, Puebla de Obando, ...), mas nós conhecemo-los sobretudo do Algarve, entre Loulé e Tavira, em especial nos concelhos de Faro (Estói) e de Olhão, (Olhão, Moncarapacho, Quelfes) dos Açores (ilhas Terceira, Graciosa, ...), das Canárias (Santa Cruz de La Palma). Estes mayos aparecem ainda em Murcia, Espanha.